GATAS, GATOS E GATINHOS – 1
Por que gostamos de gatos?
Gatos, uma coisa de família
A minha família sempre manteve uma ligação especial com gatos.
Somos atraídos por gatos, gostamos de gatos, preocupamo-nos com gatos, deliramos com gatinhos bebés. Temos gatos em casa… Aliás, talvez seja mais correto afirmar que os gatos é que nos têm, a nós, em casa deles. Porque todos os amantes destes felinos fofos sabem muito bem que os donos da casa são eles: ocupam os lugares mais soalheiros, dormem nos sofás mais confortáveis, instalam-se nas nossas camas e, como esfinges num pedestal, supervisionam tudo o que se passa no espaço doméstico.
Analisei cuidadosamente a minha árvore genealógica e percebi que esta paixão por gatos vem da linhagem do meu avô paterno. É uma característica genética e, portanto, não vale a pena contrariá-la. Por isso temos gatos.
Na infância, entre fotografias e gatos
Remonto até aos meus tempos de menina. É verdade que na nossa infância encontramos a essência e as raízes da nossa identidade – esta é uma ideia mais ou menos consensual. Sei que na minha infância houve sempre gatos: alguns de passagem, outros companheiros de muitos anos.
Recorro aos meus catalisadores de memória preferidos: as fotografias. Consulto o álbum mais antigo e logo encontro uma foto bastante sugestiva.
Tenho dois anos, sou pouco mais alta que a mesinha de cabeceira em que me apoio. As calças que estou a usar ostentam, no peitilho, uma aplicação: é a cabeça de um gato, com grandes bigodes bordados… Premonitório, não vos parece? E é apenas o princípio…
Há outras fotos da minha infância em que estou com gatos ao colo. Curiosamente, não estou sozinha: são fotos de grupos. Todos estão alinhados e compostos, a olhar para a objetiva da máquina fotográfica, enquanto eu apareço sorridente e muito atarefada, a agarrar um gato que, como é natural, revela não ter qualquer vontade de ser fotografado. Vendo as coisas assim, à distância, nem sei como conseguia tal façanha. Devo ter desenvolvido uma paixão por gatos ainda mais aguda que o resto da família.
Para satisfazer as pessoas que acreditam que uma imagem vale mais que mil palavras (tese que eu vivamente rejeito), aqui ficam os comprovativos fotográficos.
Para terminar, um segredo
(Em segredo, numa espécie de aparte, deixem-me só dizer-vos que o meu primeiro livro para crianças é sobre gatos… Cumpre-se a premonição. E já não falta muito para o podermos ter nas nossas mãos… Aguardemos!)
Paula Margarida Pinho
Um Comentário
Albertina Seco
Estou a aguardar, Paula. Bjs