Aniversário!

Poesia em tempo de prosas

A apresentação pública do meu livro de poesia estas imagens que se inscrevem no tempo aconteceu precisamente há dois anos, no dia 30 de junho, na Biblioteca Municipal de Vale de Cambra. A sala estava cheia e foi, sem dúvida, um encontro reconfortante e singular. Falou-se de poesia, leu-se poesia, ouviu-se poesia, respirou-se poesia, absorveu-se poesia.

Tenho consciência de que, nos tempos que correm, a poesia é frequentemente preterida, desvalorizada, marginalizada. Porque “é difícil”, porque “está fora de moda”, porque “não serve para nada”. Os livros de poesia não atraem multidões, não sobem aos tops dos mais lidos, não se tornam bestsellers.

Mesmo assim, vale a pena escrever e publicar poesia? Sim e sim. Por muitos e variados motivos, que eu não sei elencar. Mas sei que a poesia é um antídoto contra a frivolidade, a superficialidade, a monotonia dos dias. A poesia embala e inquieta. A poesia torna concretas e visíveis as realidades que só vagamente conseguimos intuir. A poesia eleva-nos e humaniza-nos. A poesia faz-nos perceber que estamos vivos, porque só ela toca a verdade e a essência da vida.

Por isso insisto e persisto: “vou escrevendo poesia em tempos de prosa” e assim “vou decantando as sombras para que sejam luz […] e mergulho no mundo tão claro do poema”. Nele me perco e me reencontro.